A RESISTÊNCIA (1)

UMA CAMPANHA PERIGOSA


A poderosa campanha que, de há uns tempos a esta parte, procura branquear o fascismo - mais do que branqueá-lo, decretar que ele não existiu e que o tirano Salazar não era mais do que um «pai severo» que, de quando em quando, se via forçado a «dar uns açoites nos filhos mais indisciplinados» - tem como objectivo complementar, e não menos importante, o de apagar ou adulterar a resistência antifascista e o papel nela desempenhado pelo Partido Comunista Português.

Numa situação de normalidade democrática, tal campanha não teria a mínima hipótese de singrar. Mas a verdade é que não vivemos numa situação de normalidade democrática, como o Governo de José Sócrates faz questão de nos mostrar todos os dias.

A violação dos direitos democráticos dos trabalhadores e dos cidadãos; o desrespeito pelas liberdades políticas; a existência de uma activa rede de bufos e delatores, são alguns entre os muitos exemplos do conteúdo antidemocrático da política do actual governo - exemplos que, aliás, exalam um preocupante e nauseabundo cheiro a fascismo.

Daí, então, a necessidade de dar resposta a essa campanha, a qual, registe-se, serve às mil maravilhas a política praticada por Sócrates.

É necessário e imperioso relembrar aos que viveram e sofreram a ditadura, e alertar os que tiveram a felicidade de ter nascido depois do 25 de Abril, que o fascismo existiu - que o fascismo, opressivo, repressivo, ditadura terrorista do capital, existiu e flagelou Portugal e os portugueses durante quase meio século.

E é necessário e imperioso relembrar e alertar que a resistência ao fascismo começou no dia em que ele se implantou e prosseguiu até ao dia em que ele foi derrubado - e que na vanguarda dessa resistência antifascista e da luta pela liberdade e pela democracia, estiveram sempre, sempre, os militantes comunistas.

Cumprindo o seu dever, pois claro. Mas cumprindo-o.

7 comentários:

Pedro Barreirinhas disse...

Caro Fernando,
É necessário e importante que se multipliquem as opiniões e as tomadas de posição como as do “Cravo de Abril”, a denunciar as tentativas que surgem um pouco por todo lado, exaltando personalidades destacadas do fascismo. Que com a cumplicidade e indiferença de alguns, vão branqueando o passado e rescrevendo a história.

Força!

Anónimo disse...

Exactamente! Cumprindo o seu dever, mas cumprindo-o. O que não é pouco importante numa altura em que vemos por esse mundo tantos partidos (que foram) comunistas a não cumprirem o seu papel. VIVA O PCP!

Anónimo disse...

Liberdade e Democracia que impeava na URSS , em que os Partidos Pol�ticos eram proibidos, em que a feroc�ssima Policia Politica não permtia que o cidad�o expressasse publicamente a n�o concord�ncia com o Governo , que fechado numa clique tenebrosa nada tinha de representativo da vontade do cidad�o.
E de ral maneira assim foi que, restaurada a Democracia, esse tal partido unit�rio se desfez em migalhas.
Pois aquele foi, e continua a ser.
o modelo por que se rege o PCP de longe o mais ESTALINISTA Partido da Europa.

GR disse...

Após os longos dias da Revolução, tanto se fez! Os nossos heróicos Resistentes que sofreram as agruras da prisão, tortura, exílio “esqueceram” (excesso de humildade!), de denunciarem na primeira pessoa, o que o regime fascista (deposto) tinha feito. Todos sabíamos (estava à vista) as diferenças entre o regime opressivo de Salazar e o começo da Democracia, da Liberdade. Porém, nem todos estavam a par da realidade (hoje, por muito que custe, sei que é verdade). Vemos pessoas que ficam chocadas quando lhes mostramos fotos como a do camarada Militão Ribeiro(morto/assassinado pela PIDE), quando lemos fragmentos de testemunhos escritos em pequenos livros, vendidos há muito tempo. A juventude de hoje, carece saber o que não lhes contaram os pais, familiares e mais escandalosamente os professores. Uns não sabiam outros sonegaram a memória.
A quando da Plenário a Santa Comba Dão, realizada pela URAP "Não ao Museu Salazar", muitas pessoas ficaram indignadas que tivéssemos contra um “político já falecido! afinal ele não era pior que Sócrates!” doe ter que ouvir estas palavras!
Sim, hoje mais do que nunca temos através de debates, reuniões, jornais locais, textos escritos com fotos, em mupi’s, temos que lembrar que o fascismo existiu e qual a sua atitude perante o povo que sofreu, mas depressa esqueceu!
Já alguma coisa se tem feito, não o bastante!

Anónimo,
Não destabilize, nem confunda propositadamente as coisas!
Sobre a queda URSS;
- “ Não foi o ideal comunista que fracassou, mas sim, o modelo de sociedade que dele se afastou” como disse Miguel Urbano Rodrigues, num debate que tive o prazer de assistir.

Pelo seu desempenho, integridade, honestidade, verticalidade, liberdade e resistência,
VIVA O PCP!

GR

Anónimo disse...

Ó gr, aposto que a maior preocupação desse sr. anónimo é verificar todos os dias que a luta continua e que o PCP é a vanguarda dessa luta. Para que as preocupações dele não cessem, vamos lutar com mais força, fazer o PCP cada vez mais forte e construir a maior e a mais bonita de todas as festas que se realizam em Portugal.

GR disse...

Não há Festa como Esta!
Viva a 31ª FESTA DO AVANTE!

GR

Fernando Samuel disse...

Pedro Barreirinhas - que nunca a voz nos esmoreça na denúncia do fascismo e dos crimes por ele cometidos. Para que «FASCISMO NUNCA MAIS».
Parabéns pelo teu ENTRE LINHAS ENTRE GENTE - que visito diariamente.
Um abraço.

Anónimo - Não só «não é pouco importante», como é essencial. Veja-se o que se passa nos países dos partidos «que foram»...
Abraço.

Anónimo - «O modelo por que se rege o PCP» é o modelo do PCP, visível, para quem não quiser ser cego (ou ceguinho) nos 86 anos de História do Partido.

GR - Cuidado, eles andam por aí: uns, à espera de voltarem a calçar as botas cardadas que esconderam no dia 25 de Abril de 1974; outros, com pézinhos de lã, fazendo-se passar por democratas; outros, ainda, repetindo o paleio que lhes é metido nas fracas cabecinhas...
Mas nós cá estamos, ocupando o lugar que é o nosso e dizendo claramente, hoje como há 86 anos, que A LUTA CONTINUA!
Abraço.

João Craveiro - É isso mesmo: «lutar com mais força, fazer o PCP cada vez mais forte». E eles que venham, que nós cá estamos.
Abraço.

E viva a FESTA DO AVANTE!