POEMA

MOZART NO CÉU


No dia 5 de Dezembro de 1791, Wolfgang Amadeus Mozart
entrou no céu, como um artista de circo,
fazendo piruetas extraordinárias sobre um mirabolante cavalo branco.

Os anjinhos atónitos diziam: Que foi? Que não foi?
Melodias jamais ouvidas voavam
nas linhas suplementares superiores da pauta.

Um momento se suspendeu a contemplação inefável.
A Virgem beijou-o na testa
E desde então Wolfgang Amadeus Mozart foi o mais moço dos anjos.


Manuel Bandeira

2 comentários:

GR disse...

Lindo poema!
Sem fingimento e mostrando-se tal e qual é.
Alegre,jovem, excessivo, utópico, harmonioso e sensível.
Como só os verdadeiros os génios, o sabem ser!

GR

Anónimo disse...

Sempre que se fala de Mozart lembro-me dos Concertos para Violino de Chopin bem como do Senhor professor, então primeiro ministro de Portugal, que afirmou que a peça de Mozart de que mais gostava era do Amadeus. São assim os mandatários do Capitalismo.