POEMA

ANTES QUE SEJA TARDE


Amigo
tu que choras uma angústia qualquer
e falas de coisas mansas como o luar
e paradas
como as águas de um largo adormecido,
acorda!
Deixa de vez
as margens do regato solitário
onde te miras
como se fosses a tua namorada.
Abandona o jardim sem flores
desse país inventado
onde tu és o único habitante.
Deixa os desejos sem rumo
de barco ao deus-dará
e esse ar de renúncia
às coisas do mundo.
Acorda, amigo,
liberta-te dessa paz podre de milagre
que existe
apenas na tua imaginação.
Abre os olhos e olha
abre os braços e luta!

Amigo,
antes da morte vir
nasce de vez para a vida.


Manuel da Fonseca

4 comentários:

Maria disse...

Este poema persegue-me, acompanha-me, há tantos anos....
Excelente post, de LUTA, hoje!.

Obrigada

Anónimo disse...

Para desgraça nossa, este poema apesar de, escrito Há muito tempo, continua actualizadissimo.
Este final merece ser entoado em coro.
Nada disto acontece por acaso,penso eu!
José Manangão

GR disse...

Começa a tardar.
É preciso a visar toda a gente!
«Abre os olhos e olha
abre os braços e luta!»
Há tanto tempo o Manel da Fonseca, anda a avisar!

GR

Anónimo disse...

É preciso avisar toda a gente. No dia 15 de Dezembro de 2007, às 11.00 horas, morreu no Hospital de Ovar Carlos Manuel da Silva pardo de Oliveira, de 61 anos. Morreu ou foi assassinado por José sócrates e Correia de Campos que com a sua política tinham encerrado as urgências daquele hospital?!...