MARIA ALDA NOGUEIRA

UMA IMENSA SAUDADE


O Cravo de Abril presta a sua sentida homenagem a Maria Alda Nogueira - camarada e amiga muito querida - cuja morte ocorreu faz hoje precisamente dez anos.

Destacada militante comunista, Alda Nogueira entrou para o PCP em 1942 e mergulhou na clandestinidade sete anos depois.
Foi presa em 1959 - e teve um comportamento exemplar de coragem e dignidade revolucionárias face à PIDE.
Passou nove anos nos cárceres fascistas.

Foi membro do Comité Central do PCP de 1957 a 1988.

Após o 25 de Abril foi deputada à Assembleia Constituinte e à Assembleia da República.
Em 1987 recebeu a Distinção de Honra do Movimento Democrático das Mulheres e no ano seguinte foi condecorada com a Ordem da Liberdade.

Nascida em Lisboa e licenciada em Ciências Físico-Químicas, é autora de vários livros para crianças.

«Mulher notável, grande lutadora comunista, que consagrou muito da sua vida à causa da Emancipação da Mulher, à luta da classe operária e dos trabalhadores, aos ideais da Liberdade, da Democracia e do Socialismo»: assim se lhe referiu o Secretariadodo Comité Central do PCP, em telegrama enviado à familia da camarada Alda Nogueira.

4 comentários:

GR disse...

A camarada Maria Alda Nogueira foi a 1ª militante comunista a fazer uma Sessão de Esclarecimento (como se dizia em 74) na minha terra (norte).
Era jovem, conhecia o seu grandioso passado político, estava bastante apreensiva com a sua vinda.
Vi uma Mulher com olhos muito doces e sorriso meigo. O salão estava cheio. Durante a sessão com palavras fortes e rígidas, demonstrou que a Luta iria ser dura…conhecia extremamente bem todos os problemas da classe operária. Respondeu a todas as perguntas feitas, com vigor, como se as horas não tivessem passado e o ar quente, irrespirável. Nunca mostrou estar cansada, tal era a sua força e vontade! Fiquei com um respeito imenso pela camarada Maria Alda Nogueira. Mais vezes tivemos o privilégio das suas visitas.
Ano passado aquando da concentração em Stª Comba Dão “Não ao Museu Salazar”, numa emocionante intervenção do seu filho António Vilarigues, fiquei a saber que a camarada tinha as malas feitas para ir trabalhar com a equipa de Isabelle Curie (em França), tendo abdicado de tudo para passar a Lutar nas fileiras do Partido na clandestinidade. Trocou uma vida confortável, por uma vida de torturas nas prisões fascistas, com a dolorosa privação do convívio do filho. Não contive as lágrimas e a dor que me feriu o peito.

Vergo-me perante a Resistente, a grande Lutadora, a Militante Comunista.

GR

Anónimo disse...

Transportei no meu carocha a camarada Alda Nogueira, até á Infante Santo:
Sempre a ralhar sempre a disçiplinar, foram bons tempos mas, de muito trabalho, os camaradas não chegavam para tantas sessões de esclarecimento, era ir buscar um e ali e levá-lo acolá, tempo em que a revolução era feita todos os dias.
A camarada Alda,(parece que a estou a ouvir)quando a deixava á porta, tinha sempre uma palavra amiga, "vai com calma, cuidadinho"
Aprendi bastante com todos so camaradas, que já não estão entre nós,assim como, com os jovens que vão chegando ao PARTIDO e que me dão a certeza que amanhã serão grandes comunistas!
Abraço-vos
José Manangão

Maria disse...

Às vezes parece que o tempo passa a correr...
Estive com ela no MDM, também cheguei a levá-la a casa depois de sessões de trabalho.... era sempre trabalho...
Foi uma Grande Mulher, que nos traz saudade....

Abraços

Fernando Samuel disse...

gr, josé manangão, maria: afinal o mundo é pequeno... quem sabe se não nos encontrámos todos juntos com a Alda...
Os meus filhos chamavam-lhe avó - e era como se fosse.

Abraços e beijos.