POEMA

O MINEIRO E O DIAMANTE


Mineiro pobre e viúvo.
De volta do turno da noite,
ao descalçar as botas, encontrou,
em uma delas,
um pequeno diamante.
Tão breve no tamanho que alembrava
a mais pequena das estrelas
na escuridão da noite.
Não se conteve. Chamou a filha.
E no azul dos olhos dela viu
o pequeno diamante mais crescido que a estrela,
que a estrela de alva.
De repente, mergulhou a cabeça entre as mãos
e pensou: Entregá-lo à empresa das minas? Não.
Ninguém devolve uma estrela.
Sobretudo, uma estrela que fugiu da Via Láctea
e na bota de um mineiro se escondeu.


Luís Veiga Leitão

4 comentários:

samuel disse...

Seria justo... se a empresa das minas encontrasse maneira de devolver todas as vidas que roubou.

Abraço.

Maria disse...

Se era uma estrela...

Um beijo grande

Ana Camarra disse...

As estrelas não são de ninguem...

Fernando Samuel disse...

samuel: o que não é o caso, nem pouco mais ou menos...
Um abraço.

Maria: e era...
Um beijo grande.

Ana Camarra: São nossas...
Um beijo.