«UMA IDEIA PARA PORTUGAL»

O jornal i, encomendou a Simone de Oliveira (SO) «Uma Ideia para Portugal».

SO não se fez rogada e começou por dizer que «ou damos as mãos por uma ideia conjunta ou não vamos a lado nenhum».
Confesso que não percebi muito bem a que mãos SO se referia e de que «ideia conjunta» se tratava...

Mas, logo a seguir, SO explicou a sua «ideia»: «Promover mais a partilha e menos o egoísmo».
Aqui chegado, o cheiro a esturro que a primeira frase me fizera chegar ao nariz, acentuou-se: cheirou-me a frase natalícia, igual às que o Presidente da República e o primeiro-ministro nos dizem todos os anos nas suas mensagens de Natal e Ano Novo...

E o cheiro acentuou-se ainda mais quando SO fez o seu retrato de Portugal: «Somos um país cansado, com pouca gente disposta a ajudar, e há que acabar com esta perspectiva derrotista para pôr fim à pobreza encoberta, às diferenças sociais evidentes».
Ajudar?: quem a quem?, ajudar como? - perguntei-me.

Foi então que SO, explicou tudo: «É simples: quem tem muito deve começar a partilhar, porque ajudar não custa».

Pronto: fiquei esclarecido: «quem tem muito» (os ricos) deve ajudar quem não tem (os pobres). E, «porque ajudar não custa», assim se acaba com a pobreza - a «encoberta» e a outra...
Que grande «ideia para Portugal»!

(Se SO me permite, completarei a sua «ideia» acrescentando que, para que a solução por ela apresentada seja viável, é preciso que os ricos sejam cada vez mais ricos - para poderem dar maiores esmolas aos pobres, é claro...)

9 comentários:

Graciete Rietsch disse...

Eu sempre tenho dito que no meu dicionário não existe a palavra caridade mas sim a palavra justiça.
Mas pelos vistos essa palavra agrada a tanta gente principalmente a quem se sente feliz porque mais alguma meia de pessoas foi beneficiada.
A caridade gera conformismo e atrasa o que verdadeiramente interessa que é a luta por um mundo mais justo e menos desigual.Terei razão? Um beijo.

Graciete Rietsch disse...

No comentário anterior queria dizer meia dúzia de pessoas mas falhou-me a palavra. Mais uma vez um beijo.

poesianopopular disse...

Ao Ler este teu post, veio-me tanta coisa à cabeça, mas, fico-me por este desabafo »a luta vai ser longa e dura» e aquí cabe aquela frase «pior que um fascista, só um falso revolucionário»
Abraço para a tua argúcia!

Maria disse...

Ela sabe que não é assim. Sabe, e tem responsabilidades nisso...
Mas também sabe a língua portuguesa. Portanto... é isso aí.

Um beijo grande

Antuã disse...

Ela sabe que não é assim e sempre se soube movimentar nas diversas etapas políticas do nosso País.

samuel disse...

Fazer de conta... também não custa.

Abraço.

Aristides disse...

Afinal,quem tem ainda pachorra para frases ocas, ideias bacocas e zero de substância?
Eu, por mim, já dei para esse peditório. Chega!
Fernado Samuel, para ti, colaboradores e vistitantes deste blogue, um grande abraço e um 2010 como desejamos.

Pedro disse...

Cigarras... cantam plo Verão

Fernando Samuel disse...

Graciete Rietsch Monteiro Fernandes: a caridade é uma velha arma do sistema capitalista.
Um beijo.

poesianopopular: aí está um desabafo certeiro e rigoroso...
Um abraço.

Maria; sabe tudo...
Um beijo grande.

Antuã: é o que se chama saber movimentar-se...
Um abraço.

samuel: essa é a questão...
Um abraço.

Aristides: um grande abraço e um 2010 em cheio.

F.: cantam bem, mas não me alegram...
Um abraço.